INSTRUÇÕES DE USO DO PRODUTO
BOVEMIP é um inseticida microbiológico formulado a partir do fungo Beauveria bassiana com modo de ação por contato e ingestão, utilizado no controle de Bemisia tabaci raça B (mosca-branca), Cosmopolites sordidus (moleque- da-bananeira), Tetranychus urticae (ácaro-rajado), Dalbulus maidis (cigarrinha-do-milho) e Sphenophorus levis (gorgulho-da-cana ou bicudo-da-cana-de-açúcar).
Cultura | Alvo Biológico | Dose (g p.c./ha) | Volume de calda | Número de aplicações |
Em todas as culturas com ocorrência do alvo biológico. Eficiência comprovada para a soja e pepino. | Bemisia tabaci raça B (Mosca-branca) | 94 g/ha (Equivalente à dose de 0,75 x 1012 conídios viáveis/ha) | 200 L/ha | Realizar no máximo 4 aplicações. |
Em todas as culturas com ocorrência do alvo biológico. Eficiência comprovada para a cultura da bananeira. | Cosmopolites sordidus (Moleque-da- bananeira) | 625 g/ha (Equivalente à dose de aplicação de 5 x 1012 conídios viáveis/ha) | 100 iscas do tipo tela/ha com 50 mL de pasta/isca | Realizar no máximo 3 aplicações. |
Em todas as culturas com ocorrência do alvo biológico. Eficiência comprovada para a cultura do morango. | Tetranychus urticae (Ácaro-rajado) | 125 g/100 L (Equivalente à dose de aplicação de 1 x 1012 conídios viáveis/100L de calda) | 400-800 L/ha | Realizar no máximo 6 aplicações com intervalo de 3 a 4 dias. |
Em todas as culturas com ocorrência do alvo biológico. Eficiência comprovada para a cultura do milho. | Dalbulus maidis (Cigarrinha-do- milho) | 1000 g/ha (Equivalente à dose de aplicação de 8 x 1012 conídios viáveis/ha) | 200 L/ha | Realizar mais de 1 aplicação por ciclo da cultura. |
Em todas as culturas com ocorrência do alvo biológico. Eficiência comprovada para a cultura da cana-de- açúcar. | Sphenophorus levis (Gorgulho-da-cana ou bicudo-da-cana- de- açúcar) | 900 g/ha (Equivalente à dose de aplicação de 7,2 x 1012 conídios viáveis/ha) | 200 L/ha | Realizar aplicação única após 1 mês da colheita da cultura, quando constatada a presença de adultos da praga na área. |
Hypothenemus hampei (broca- do-café) | Número plantas café x | 400 - 800 L/ha | Realizar no máximo 3 aplicações. | ||
dose/ha | |||||
312,5 – | |||||
Até 5.000 | 562,5 g/ha | ||||
plantas | (Equivalente à | ||||
2,5 x 1012 - 4,5 x | |||||
1012 conídios/ha) | |||||
Em todas as culturas com ocorrência do alvo biológico. | De 5.000 – | 562,5 – 812,5 g/ha | |||
Eficiência comprovada para a cultura do café. | 10.000 | (Equivalente à 4,5 x 1012 - 6,5 x 1012 conídios/ha) | |||
812,5 – | |||||
De 10.000 | 1062,5 g/ha | ||||
– | |||||
15.000 | (Equivalente à 6,5 x 1012 - 8,5 x | ||||
1012 conídios/ha) | |||||
1062,5 – | |||||
De 15.000 | 1250 g/ha | ||||
– 20.000 | (Equivalente à 8,5 x 1012 - 1 x | ||||
1013 conídios/ha) |
Cultura | Praga | Nome Cientifico | Modo de Aplicação |
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Todas as culturas | Bemisia tabaci raça B | Mosca branca | Ver detalhes |
Bemisia tabaci biótipo B (Mosca-branca): Realizar no máximo 4 aplicações por ciclo da cultura com intervalo de 14 dias. A aplicação deve ser realizada com umidade relativa acima de 70%.
Cosmopolites sordidus (moleque da bananeira): A aplicação deve ser realizada com 100 iscas do tipo "telha"/ha; 50 ml de pasta fúngica/ isca; 1 x 109 esporos/ml de pasta. Realizar no máximo 3 aplicações por ciclo da cultura.
Tetranychus urticae (ácaro-rajado): Realizar no máximo 6 aplicações por ciclo da cultura com intervalo de 3 a 4 dias. A aplicação deve ser realizada em baixas infestações da praga, com umidade relativa elevada. O jato deve ser dirigido para a face inferior das folhas.
Dalbulus maidis (cigarrinha-do-milho): Realizar mais de 1 aplicação por ciclo da cultura. A aplicação deve ser realizada em baixas infestações da praga, com umidade relativa elevada. O jato deve ser dirigido para a face inferior das folhas.
Sphenophorus levis (gorgulho-da-cana ou bicudo-da-cana-de- açúcar): Realizar aplicação única após 1 mês da colheita da cultura, quando constatada a presença de adultos da praga na área. Deve-se aplicar 70% da calda no corte da soqueira (jato dirigido) e 30% sobre as plantas, com bico leque. Umidade relativa acima de 46%.
Hypothenemus hampei (broca-do-café): Iniciar as aplicações quando o resultado do monitoramento indicar nível de infestação entre 1 e 3,5% nos "focos" ou na área toda. Realizar três pulverizações com intervalo de 25 a 30 dias entre elas: a primeira deve ser direcionada à "saia" do cafeeiro; as demais devem ser em planta inteira, com boa cobertura dos frutos. Aplicar no final da tarde com umidade relativa acima de 60% ou à noite;
em dias nublados, com temperatura amena e umidade relativa acima de 70%, pode ser aplicado em qualquer horário. Em caso de ocorrência de chuva logo após a pulverização, é necessário reaplicar o produto. Continuar com o monitoramento, mesmo depois da terceira aplicação; se os resultados indicarem que o nível máximo de infestação foi atingido, aplicar novamente. Para a escolha da dose, o número de plantas por hectare deve ser levado em consideração; se o nível de infestação estiver em 3,5%, utilizar a maior dose indicada na faixa.
Beauveria bassiana é um fungo indicado para a redução das populações de Hypothenemus hampei (broca-do- café) e a sua eficiência varia em função:
do nível de infestação pela broca - apresenta maior eficiência quando aplicado sob níveis de infestação baixos;
da dose utilizada - doses mais elevadas produzem melhores resultados (em doses mais baixas, o fungo normalmente necessita de um número maior de dias para matar os insetos que, durante este período, podem perfurar os novos frutos e produzir descendentes, caso encontrem as condições apropriadas para isto);
da distribuição dos conídios - uma boa cobertura na aplicação do fungo, sobretudo em folhas e frutos, cria uma camada de conídios que se aderem à broca quando ela caminha em busca de um novo fruto para perfurar, sendo esta a principal forma de contaminação do inseto;
das condições ambientais - o fungo é sensível à radiação solar direta, a temperaturas elevadas e à umidade relativa do ar abaixo de 60% no momento da aplicação ou nos dias seguintesa ela (aplicações no final da tarde ou à noite favorecem a adesão e a germinação dos conídios);
do tempo após a aplicação - uma redução na eficiência do fungo pode ser observada a partir dos 30 dias após a aplicação; se as condições ambientais estiverem desfavoráveis a ele, a redução pode ocorrer antes disso. Informações sobre o alvo biológico:
A broca-do-café ataca tanto a espécie Coffea arabica (café arábica) quanto a espécie Coffea canephora (café robusta, conilon), mas lavouras formadas por esta última tendem a sofrer um ataque mais severo. Frutos remanescentes da safra anterior que ficaram aderidos às plantas ou caídos no solo servem como abrigo e para a multiplicação do inseto na entressafra, e são a principal fonte de infestação na nova safra. Por esta razão, as práticas de repasse e de varrição são fortemente recomendadas como parte das estratégias de manejo sustentável da broca. Embora o inseto possa se deslocar a longas distâncias, sobretudo com a ajuda de correntes de vento, ele tende a ficar próximo dos frutos de onde saiu, voando por curtas distâncias a uma altitude de 1 a 2 metros. Como o seu comportamento é gregário ("agregado"), é comum a formação de "focos" no início da infestação, os quais devem ser rapidamente controlados para que a broca não se reproduza e nem se dissemine por toda a área. A velocidade de infestação tende a aumentar com o tempo pelo surgimento de novas gerações e pela maior quantidade de frutos prontamente disponíveis para a perfuração pelo inseto.
Monitoramento do alvo biológico:
O monitoramento é fundamental para o manejo sustentável da broca-do-café e pode ser realizado da forma mais adequada à situação específica de cada produtor, embora o método de amostragem/contagem de frutos seja mais preciso. Quando feito de forma preventiva, o monitoramento torna possível identificar o "período de trânsito" das fêmeas fundadoras e, também, se o ataque da broca está ocorrendo de maneira uniforme na área ou se existem pontos de maior concentração ("focos"), com o objetivo de se direcionar as aplicações do fungo, caso o nível de controle seja atingido nessas áreas.
O início e a duração do monitoramento podem variar de um ano para o outro, sendo influenciados por fatores como a espécie e a cultivar de café, as variáveis climáticas, as características da lavoura e da região e a forma de cultivo (ex.: deve ser iniciado mais cedo em cultivares com maturação precoce dos frutos e estendido por mais tempo em cultivares com maturação tardia). A extensão do tempo de monitoramento também é necessária quando há parcelamento da florada, pois tal situação amplia o período com frutos em estágio compatível com o ataque da broca.
Para o monitoramento, recomenda-se:
Dividir a lavoura em talhões homogêneos, considerando as cultivares, a idade das plantas, a localização dos talhões (ex.: no topo, baixada, próximo à mata, ao terreiro de secagem), a modalidade de plantio (ex.: convencional, adensado, sombreado), dentre outros aspectos relevantes em cada cultivo;
Iniciá-lo a partir da ocorrência dos primeiros frutos em estágio "chumbinho" ou, no máximo, entre os estágios "chumbinho" e "chumbão" (os da primeira florada, mesmo que seja parcelada). Os frutos "chumbinho" não são adequados à postura de ovos pela broca, mas o monitoramento preventivo nesta fase tem como objetivo identificar o início da infestação, quando a fêmea fundadora sai do fruto onde passou a entressafra e fica mais exposta e vulnerável à ação do fungo, já que os frutos "chumbinho" da nova safra ainda não estão em estágio ideal para a oviposição;
Realizá-lo mensalmente até a colheita, mas caso seja observado um aumento no nível de infestação, realizá- lo com periodicidade quinzenal;
Manter um registro ano a ano dos resultados para identificar talhões que, historicamente, apresentem uma infestação mais acentuada.
O nível de infestação tende a variar entre talhões com diferenças na incidência de luz solar, umidade e ventilação. Atenção especial deve ser dada também aos talhões:
Com histórico de "focos" ou de altos níveis de infestação;
Limítrofes com outras lavouras, sobretudo as abandonadas ou submetidas a podas sem destruição dos restos vegetais;
Adjacentes ao terreiro de secagem e instalações de beneficiamento, pois as brocas deixam os frutos que estão secando e voam para infestar novos frutos próximos;
Nos quais, por qualquer razão, haja maior dificuldade na aplicação do fungo e na realização de uma boa colheita (deixando-se muitos frutos nas plantas ou no solo).
O nível de infestação para o controle com o agente microbiológico é de 1 a 3,5%.
A limpeza do tanque deve ser realizada antes do preparo da calda de pulverização. O tanque pulverizador deve estar devidamente limpo para que resíduos de inseticidas, herbicidas e fungicidas não inviabilizem o produto.
Atenção: a limpeza deve ocorrer longe de rios e nascentes.
Transferir água para o tanque de pulverização até 50% de sua capacidade.
Em outro recipiente, suspender o produto em água sob agitação. Utilizar 2 L de água para cada 1 Kg do produto.
Transferir a suspenção concentrada para o tanque de pulverização, utilizando filtros na linha de transferência.
Manter tanque de pulverização sob agitação.
Transferir água para o tanque de pulverização até 100% de sua capacidade.
Aplicado na forma líquida, através de pulverizadores de barra ou costais, aplicado em polvilhamento e via aplicação foliar com auxílio de pulverizadores hidropneumáticos tratorizados ou tracionados.
Não determinado em função da não necessidade de estipular o limite máximo de resíduo (LMR) para este ingrediente ativo.
Não entre na área em que o produto foi aplicado antes da secagem completa da calda (no mínimo 4 horas após a aplicação).
Caso necessite entrar antes deste período, utilize os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) recomendados para o uso durante a aplicação.
Compatível com aplicação de inseticidas químicos seletivos a este organismo.