Descrição: A doença açucarada do sorgo, também conhecida como secreção doce e ergot, foi relatada na Índia em 1915. Esta doença estava restrita aos continentes africano e asiático, sobretudo à Índia. Seu relato ainda não havia sido feito para as Américas, até a bem pouco tempo. Porém, já existem registros de incidência na Argentina, Austrália, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Haiti, Honduras, Índia, Jamaica, Japão, México, Paraguai, Porto Rico, República Dominicana, Venezuela e Iêmen. No Brasil, foi observada pela primeira vez em 1995, ocorrendo em alta incidência e severidade nas culturas de sorgo nos municípios de Lavras, Sete Lagoas e Capinópolis (MG), Cravinhos (SP), Jacarezinho e Arapoti (PR).
Claviceps africana é um fungo eminentemente graminícola, existindo registros de incidência sobre Andropogon sp.,Brachiaria sp., Dichanthium aristatum, Panicum maximum, Sorghum bicolor, S. caffrorum e S. halepense. A doença afeta os floretes individuais da panícula, causando uma redução na quantidade de grãos produzidos e limitando seu desenvolvimento. Em cultivares suscetíveis, a perda na produção de grãos é em torno de 60%; em alguns casos pode ser total. A doença causa grandes perdas não somente em quantidade de grãos, mas também na sua qualidade devido ao crescimento de saprófitas sobre a substância açucarada que cobre os grãos sadios. A viabilidade das sementes também é alterada.
Danos: No estágio inicial, denominada fase de secreção doce ou açucarada, a doença é facilmente reconhecida pela presença de gotas de líquido pegajoso, de coloração inicialmente rosada e, mais tarde, parda, que exsudam dos ovários infectados. A produção do líquido chega a tal volume que há um gotejamento sobre as folhas e mesmo sobre o solo, que torna-se branco pelo açúcar. Essas gotas, constituídas por uma massa de conídios do fungo, são doces e atraem numerosos insetos. Tal secreção pode se tornar visível 5 a 10 dias após a infecção. Vários fungos (Cerebella volkensii,Fusarium spp., Cladosporium spp. e leveduras) podem se desenvolver no líquido açucarado de maneira a convertê-lo em uma massa negra viscosa que, ao secar, torna-se amorfa. Neste caso, a formação de escleródios fica praticamente impedida. No entanto, quando o clima é seco, forma-se uma crosta branca dura. Escleródios formam-se no interior das glumas, no lugar da semente, caracterizando a segunda fase da doença.
Controle: Não há informação disponível sobre a existência de cultivares ou híbridos com algum tipo de resistência a C. africana.
As medidas de controle visam, principalmente, a proteção dos sítios de infecção e a redução das fontes de inóculo. Lavouras produtoras de semente de sorgo híbrido podem ser protegidas com fungicidas protetores e sistêmicos, observando-se intervalos de cinco a sete dias entre as pulverizações, iniciadas a partir do estádio de folha-bandeira até o final da antese. O fungicida tebuconazole deve ser aplicado a partir do início da fase de floração.
Outra medida adequada é a produção de semente híbrida em época que possibilite o escape à doença ou em lavouras nas quais o inóculo não esteja presente.
A limpeza e classificação das sementes, de forma a elimininar os escleródios presentes na semente, é uma ótima forma de controle da doença. As sementes devem ser colocadas de molho numa solução de cloreto de sódio a 5%, na qual os escleródios flutuam, sendo assim facilmente eliminados do lote de sementes.
Descrição:
O fungo Claviceps africana Freder., Malte et De Milliano é o agente causal do ergot ou doença-açucarada-do-sorgo Esta doença é de grande importância, não só pelo ataque direto aos grãos, como também pelas perdas que ocasiona devido à deterioração causada por outros fungos patógenos fracos e saprófitos que se desenvolvem na substância açucarada produzida por C. africana nas panículas infectadas. As perdas nas cultivares suscetíveis podem atingir valores de até 60% e, em ataque severos, sob condições favoráveis à doença, pode haver perda total. A doença esteve restrita aos continentes asiático e africano por muito tempo. Foi observada no Brasil pela primeira vez em 1995, causando epidemia severa e com alta incidência. Esse fungo está estabelecido em toda a África e nas principais áreas produtoras de sorgo do mundo, existindo registros de incidência, além da África, na Argentina, Austrália, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Haiti, Honduras, Índia, Jamaica, Japão, México, Paraguai, Porto Rico, República Dominicana, Venezuela e Iêmen. No Brasil, há registros nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, embora se acredite que esteja presente em outras regiões do país onde é cultivado o sorgo. Claviceps africana é um fungo eminentemente graminícola, existindo registros de incidência sobre Andropogon sp., Brachiaria sp., Dichanthium aristatum, Panicum maximum, Sorghum bicolor, S. caffrorum e S. halepense.